Kassab nega ter recebido doações ilegais e diz não temer perder mandato
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), negou neste domingo ter  recebido doações ilegais na campanha de 2008 e disse não temer perder  seu mandato. 
 "Não temo [perder o mandato]. Estou realmente confiando na Justiça,  sempre confiei. E volto a afirmar que tudo foi feito corretamente." 
Cassação avalia situacão desfavorável a Kassab 
O juiz da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, Aloísio Silveira, cassou o mandato de Kassab e a decisão deve ser publicada no "Diário Oficial" de terça-feira. A cassação do prefeito vale oficialmente após esse ato formal.
 "Essa ação já foi adotada em relação a outros candidatos e foi suspensa.  Nossa confiança é que possa acontecer da parte da Justiça o mesmo  encaminhamento." 
 Segundo ele, sua defesa irá recorrer da decisão. "Nossos advogados terão  a oportunidade de expor tudo que foi feito, mais uma vez. Nossas contas  já foram aprovadas pela Justiça." 
 Ao ser questionado sobre a influência da cassação nas eleições deste  ano, Kassab disse que a decisão da Justiça não é política. "A decisão é  técnica e, tecnicamente, estamos todos convencidos de que foi feito  corretamente." 
 Em nota, a defesa do prefeito afirma que causa "perplexidade e  insegurança jurídica" que assuntos e temas já decididos há tantos anos  pela Justiça sejam reabertos e reinterpretados sem nenhuma base legal e  contrariando jurisprudência do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) e do  TSE (Tribunal Superior Eleitoral). 
 "Por esse mesmo motivo seriam cassados desde o presidente Lula até o  vereador do menor município do Brasil." 
 Como antecipado pela Folha no último dia 3, Kassab corria o risco  de ser cassado porque perícia contábil da Justiça Eleitoral apontou que  33% dos recursos arrecadados pelo prefeito no último pleito municipal  tiveram origem em fontes de contribuição consideradas ilegais pelo  Ministério Público. 
 O juiz Aloísio Silveira também já apresentou em cartório as sentenças  nos processos contra a petista Marta Suplicy e o tucano Geraldo Alckmin,  candidatos em 2008. 
 No processo contra Kassab, o promotor eleitoral Maurício Lopes acusou o  prefeito de ter recebido doações ilegais da AIB (Associação Imobiliária  Brasileira), de sete construtoras e do Banco Itaú --cujas contribuições  somaram mais de R$10 milhões em 2008. 




